sábado, 29 de junho de 2013

Meus vivos .... distantes.

O mundo em ebulição e eu.... distante temporariamente  de tudo.

Ah! É por conta dos meus vivos... distantes. Meus vivos que já não estão respondendo ao meu chamado, ao meu chamego, ou ao meu chororô...

Cheguei na época de nossa caminhada em que nos tornamos mais próximos de acompanhar os nossos vivos ...distantes.

Saudades dos que foram, e que estão me deixando por aqui... tão distante! Minha orfandade me dói, sou agora somente uma guria. Os tios que me deixaram, os avós que foram bem antes para o lado...distante.

Ver minha infância, minha adolescência e minha maturidade se tornando tão...distante. Hoje, eu queria minha mãe, meu pai, meus tios e todos os meus que insistem em me passar o bastão da responsabilidade de ser elo, ser adulta quando eu só quero ser filha, sobrinha e neta.

Sou eles e os tenho aqui.... sempre em guarda. Mas, tão distantes... da risada, do conforto de seus abraços, do cheiro gostoso da cozinha, do perfume dos sabonetes, das confusões das reuniões, das histórias contadas, das histórias vividas e do consolo que a força deles me causava.

Força de uma família corajosa, simples, de gente inteligente, de soldados velhos que nunca se apertavam, fossem quais fossem os entraves...

Sabe, pela primeira vez os coloquei no verbo em tempo passado... ah! que bicho malvado é a saudade... Tenho que fazer alguma coisa para olhar e perceber que eles não estão ...distantes.

Quem sabe, eu pego a inteligência de minha mãe e misturo com a solidão do meu pai.... pingo um tanto de meiguice de uma de minhas tias, a doideira de outra, mais um pouco do talento em improvisar de outro....salpico um punhado de orgulho de mais um... e reúno tudo na veia artística de meu avô?

Deixo a fórmula para os meus que estão tão próximos...para quando eu for distante...


quarta-feira, 19 de junho de 2013

O mundo foi para as ruas e nós vamos também.

Amo estas manifestações! 

Alguns intelectualóides de esquerda e os reacionários de direita, olham para este movimento com a visão já distorcida de anos e anos de uma mesmice em que dissociaram a população da política.

Rançosos e obsoletos, não acompanharam a globalização, não acompanharam a morte lenta das ideologias que insistiram em estagnar. Ideologia que não se movimenta e não acompanha a natural mudança conceitual que se incorpora com os avanços que aproximaram o mundo. Onde as  fronteiras geográficas, não da geografia natural, mas sim da chamada humana ou social,e que foram inventadas pelo homem a fim de demarcar política e administrativamente territórios, criando de bairros e municípios a países e continentes, não delimitam mais o convívio e a disseminação de conhecimentos e informações entre os seres humanos.

Com esta visão, deixam de perceber a movimentação social globalizada que incentiva e empurra por diferentes modos toda população a dizer um basta sonoro ou silencioso ao poderio que não oportuniza e que insiste em manter-nos afastados das decisões que nos competem.

Não tiveram olhos de ver o movimento Ocupe Wall Street, os estudantes franceses, A Grécia, Espanha, Turquia, Londres, Portugal e etc...
Também não tiveram olhos de ver o que significa a blogueira cubana Yoani Sánchez, e tantos outros movimentos que se globalizaram simplesmente por sermos todos seres questionadores e que já conseguimos perceber além de nossas fronteiras, os anseios de outros e nos identificamos.


Todos estes bonequinhos de esquerda ( da qual faço parte), hoje, chamam os jovens de reacionários e fascistas por todo o repúdio que eles manifestam a participação de partidos políticos nestas movimentações. Façamos o mea culpa!!!!! Vamos nos desnudar dos ranços e perceber que é tempo de observação para os partidos políticos e se de fato querem nos representar, que escutem, percebam, absorvam o grito de mudança comportamental que está preso na garganta da sociedade.

E os malandrinhos de direita, não pensem que conseguirão arrebanhar os insatisfeitos, pois quem chuta o balde, está pronto para chutar a bacia também.

Teremos sempre infiltrados nestes movimentos, teremos sempre os oportunistas que estão loucos para vivenciarem a dança das cadeiras que só beneficia a eles. Depois, unem-se em aglomerados que nem mesmo a mais inocente das criaturas consegue entender. Partidos de direita comendo no mesmo cocho da esquerda ou vice versa.

E ao povo o que resta? Miséria social... melhoram um pouco aqui e tiram um monte acolá... mas o pior disso tudo, roubam nossos direitos de expressão e querem manipular nossa regurgitação.

Se eles possuem o direito de participação, nós temos o direito de repudiar. Quer vir com a gente? Venha! Mas, como pessoas que representam somente o seu grito individual de cidadania que não quer mais pedir socorro e sim, exigir respeito e dignidade.

Movimento social, leva a mudanças políticas!

Hoje, não tenho partido. Tenho é muita vontade de dizer que quero ver a juventude nas ruas, abrindo novas trilhas ideológicas e caminhando para fazer seu próprio futuro.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

“VEM PRA RUA, PORQUE A RUA É A MAIOR ARQUIBANCADA DO BRASIL”


A Música da propaganda incentivou e eles foram... 

Foram para as ruas em protesto ao aumento das passagens. Será que é só por isso? Creio que no fundo, é por uma causa maior. No fundo, nossos jovens estão percebendo que eles podem, podem e devem mudar a direção deste país, não com violência e baderna  - essa parte enfraquece a causa -  mas, com responsabilidade, com determinação e garra.

O Brasil precisa acordar desse torpor que a impunidade e a corrupção criaram. Nossos jovens estão mostrando que não são tão alienados assim. Estão querendo chamar atenção para que as pessoas percebam que, precisamos lutar por nossos direitos.
Eles sempre tiveram papel fundamental nas mudanças do país, na época da ditadura, diretas já e...  quem sabe agora.

“OBRIGADO POR CADA ATIVISTA QUE ESTÁ NAS RUAS LUTANDO PELOS NOSSOS DIREITOS. Por uma Transformação Social, será nosso único Ideal. Constituição Federal art 1º parágrafo único: Todo o poder emana do povo... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão.
” Carlos de Campos – Via Facebook


sábado, 15 de junho de 2013

Alimentação escolar - PNAE

Parece que Mangaratiba anda muito interessada em merenda escolar... e Tia Leila vai conversar um pouco sobre esta questão. Vamos tentar entender primeiro a diferença entre os recursos que são destinados a Educação, não confundindo as verbas, como tenho ouvido por aí... São tantas verbas... FUNDEB, PNAE, PDDE, etc...

Para quem gosta do tema, indico os sites do MEC e do FNDE ... são bons de ler, são bastante  informativos e nos remetem a percepção do distanciamento entre a "intenção" federal e a prática "nos municípios".

Clicando aqui, vocês poderão fazer consultas interessantes e entender sobre a responsabilidade que DEVERIAM ter os Conselhos, os Governos, as escolas, profissionais e população.... E clicando aqui, vocês irão entender um pouco mais sobre alguns programas ótimos que se tornam na prática, somente arrecadadores de verbas...

Assim, vamos pensar  um pouco sobre o PNAE.

Após 50 anos de existência, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) só teve seu marco legal [Lei 11.947] sancionado em 2009, graças à mobilização da sociedade civil, sobretudo por meio do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). E foi uma batalha no Senado, difícil de ser vencida, pois havia a interferência dos setores privados das indústrias de alimentos, refeições coletivas e da bancada ruralista que tentaram monopolizar o mercado de alimentação escolar.
Assim, a sociedade obteve algumas conquistas. O reconhecimento da alimentação como um DIREITO HUMANO e a obrigatoriedade de que no mínimo 30% dos recursos obtidos, sejam destinados à compra  de alimentos da agricultura familiar, através de chamadas públicas de compra, com dispensa de licitação.
E aí, começa outra batalha...  muita exigência para classificar o agricultor familiar, por vezes a produção local não atinge toda a demanda necessária e por esses e outros motivos mais complexos, o jeitinho do mal em burlar regras, acaba se instalando no processo.
 O PNAE garante a alimentação escolar dos alunos da educação básica em escolas públicas e filantrópicas. Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos para contribuir na aprendizagem e rendimento, bem como promover hábitos alimentares saudáveis.

 O investimento é calculado com base no censo escolar do ano anterior ao atendimento. A sociedade acompanha e fiscaliza o programa por meio de conselhos, do tribunal de contas e do ministério público, dentre outras instituições. O orçamento de 2012 atingiu R$ 3,3 bilhões para beneficiar cerca de 45 milhões de estudantes, sendo que aproximadamente R$ 900 milhões devem ser direcionados para a compra diretamente da agricultura familiar.

O cardápio a ser oferecido às escolas e os procedimentos para aquisição pública de alimentos também foram alterados pela lei. A comida deve levar em consideração a produção local, a sazonalidade e conter alimentos variados, frescos e que respeitem a cultura e os hábitos alimentares saudáveis, como frutas três vezes por semana. Só podem comercializar com o PNAE os agricultores que possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Até julho deste ano, cada agricultor poderia comercializar até R$ 9 mil por ano para o programa, mas a partir da resolução nº 25, do FNDE, o limite passou para R$ 20 mil. A mudança é fruto de um acordo com as mulheres do campo durante a Marcha das Margaridas, segundo a Secretaria de Agricultura Familiar (SAF). As prefeituras e secretarias estaduais são obrigadas a publicar os editais de compras dos alimentos em jornais de circulação local ou na forma de mural em lugar público.

De acordo com o estudo realizado em 2010 pelo FNDE em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no qual foram encaminhados para as secretarias municipais e estaduais de educação 5.565 formulários, com resposta de 3,136 (14 estados), as regiões sul e sudeste lideram o ranking de compra da agricultura familiar. No sul, mais de 50% dos municípios que responderam compram da agricultura familiar, enquanto no norte apenas 15%. Os gestores da educação apontam como desafio, por município: a falta de DAP das organizações (557), dificuldade de logística (1.094), falta de informação dos atores envolvidos (701), etc. As hortaliças, legumes e verduras, seguidas das frutas, lideram as compras, e as gorduras e óleos com os orgânicos e cereais são os menos comprados.

Bom, com estas considerações, vamos ao tema que "preocupa" a população em geral...

Muitos municípios, para atender a obrigatoriedade de destinar 30% desta verba a agricultura familiar, e não possuindo na região condições que atendam estas exigências acima citadas, decidem comprar em cooperativados no Sul do país, ou outras localidades. Compram duas carretas ou mais de produtos como leite, achocolatados, enfim, produtos orgânicos em geral para serem distribuídos para as escolas. Porém, esbarram em outras situações, como a falta de logística local para distribuição e também por pressões de fornecedores que não aceitam deixar de vender estes itens em seus contratos. Resultado disso, duas ou mais carretas ficam armazenadas por tempos... até perderem a validade ou sei lá qual seria outra opção de uso!!!!

Nestes municípios, os problemas são tantos que deveriam ter atenção especial, pois só de cara podemos perceber vários horrores, como verbas gastas em duplicidade, desperdício no fornecimento, falta de controle por parte do conselho (CAE) que é tão importante e que por diversos motivos não FUNCIONAM em alguns municípios, a falta de normatização nas rotinas administrativas, falta de gestão em geral.

Estes são aspectos práticos que podemos constatar, mas existem os aspectos subentendidos por trás disto tudo que são os aspectos conceituais.... de que o dinheiro público pode ser usado de forma leviana, de que o povo não merece o melhor, de que o povo não pode participar da gestão de recursos, de que a "política" deve estar acima da probidade administrativa, de que se mexer em alguma coisa vai dar ruim..

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Verdades, meias verdades, mentiras e outras variáveis

Devido ao cansaço, hoje, deixo aqui o texto bem legal que encontrei na net... escutei muito sobre fofoca, boatos, fofoqueiros em seus gêneros e as estatísticas das mentiras... ao final do texto que ouvi,  chegaram a conclusão que os homens mentem mais.... acho que por isso temos mais políticos do sexo masculino!

E resolvi falar das verdades, meias verdades, mentiras e outras variáveis...
Desde Sexta-feira, vivemos perfeitamente este tema.. e o silêncio imposto, acaba dando vazão ao velho e conhecido modo de se propagar notícias em Mangaratiba... usamos o telefone sem fio, que ao final da transmissão, já distorceu toda informação. 


"Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso!"
Bertolt Brecht

E vamos ao texto...

Por Alexandre Vicente
Dizer a verdade é fácil, o duro é estar preparado para a reação à ela. Principalmente porque a verdade tem três lados. A sua, a do outro e a dos fatos. Em Direito, nos tempos em que advogava (sim, atuei como advogado por dez anos até perceber que ali não era o meu lugar), costumava brincar quando alguém me pedia a opinião sobre determinado assunto. Minha resposta era direta:
- Estou do lado de quem?
Isso era importante e parte fundamental do trabalho. Eu precisava escolher uma verdade. E naturalmente, escolheria a que favorecesse o meu possível cliente.
A verdade não é propriamente o antônimo da mentira. A verdade tem matizes. Como a meia verdade, ela não chega a ser uma mentira, mas tem uma vantagem: poupa um pouco, aquele que precisa saber da verdade, mas não suportaria ouvi-la de uma só vez. Você conta o principal, mas não precisa entrar em detalhes. É como a piada do gato que subiu no telhado. O caboclo liga pro dono do sítio e diz:
- Patrão, seu gato morreu.
O patrão, assustado e surpreso com a forma como a notícia foi dada, assume uma ar de professor e explica ao caboclo que não é assim que se dá uma notícia dessas.
- Olha – diz, ele – quando acontece essas coisas você não pode dizer assim… de supetão. É preciso preparar o sujeito para receber a malfadada.
- Ah, é? E como faço isso, sô?
- Você poderia ter dito: Patrão seu gato estava brincando, subiu no telhado, as telhas estavam escarregadias ele acabou escorregando e caindo. Ainda fizemos tudo para salvá-lo, mas não teve jeito. Ele acabou morrendo.
- Ahh!! Tã bão, então.
Duas semanas depois o caboclo liga pro patrão e começa a falar:
- Patrão, sua mãe subiu no telhado…
Perceberam a diferença entre a verdade e  a meia verdade?
A mentira, não. A mentira é a rainha dos pecados. Ela engana. Ela não omite nem tem por finalidade aliviar sofrimento. Ela é ardilosa e quer enganar. Tudo bem. Alguns podem até falar que existe a mentirinha branca, como Papai Noel e Coelhinho da páscoa, mas isso não é mentira. É verdade. Por isso todo ano de eleição acabo votando com a maior fé em meus candidatos.